Seja você um pastor, teólogo ou leigo, queira, ou não, é influenciado
pelas Escrituras ou pelo mundanismo. E a fonte na qual você mata sua sede
indica se você é um cristão – um
discípulo de Cristo – ou apenas mais um hipócrita dentre os fariseus
eclesiásticos que com suas regras ornamentais tentam pintar uma imagem do reino
de Deus, mas em realidade é apenas um borrão fantasmagórico assustador e
humanista. Tal farisaísmo eleva-se à qualidade de um deus, mas um deus ao
estilo grego ou nórdico que possuíam eternidade, porém com características
claras de humanos, por isso: fúteis e ignorantes. Esse hipócrita farisaico pode
se colocar em dois extremos: seja o do dogmatismo de suas palavras (que afirma
serem de Deus); ou na relativização para com os mandamentos divinos (os quais
afirma não valerem para nossos dias). Seja como for, tal indivíduo, apenas
demonstra seu orgulho, incompreensão ou rejeição quanto às Escrituras Sagradas.
Nesse dia trinta e um de outubro duas fontes jorram águas com sabores
diferentes: uma doce; outra amarga. Comemora-se a Reforma Protestante,
encabeçada por Lutero e, também o Dia das Bruxas – conhecido Halloween. Luz e trevas entram em
contraste neste mundo. De um lado, alegres e fantasiados, pessoas correm pelas
ruas atrás de doces e quando não o recebem estão dispostos a fazerem diversas
travessuras. A diretriz é: “todos devem entrar para nossa festa, senão sofrerão
as consequências”. Em oposição, felizes e sem máscaras, reunidos em oração
aguardando a doçura da vinda de Cristo, pregando o evangelho a todos quantos
podem e quando alguém rejeita a Cristo oram por esta vida para que ainda tenha
oportunidade – pelo menos deveria ser assim – está o povo de Deus.
No entanto (e infelizmente) a doçura da Palavra de Cristo, proclamada
por Lutero em 1517 tem deixado de ser o desejo da igreja que se reúne nos dias
atuais. As “travessuras” tem tomado conta de nossos púlpitos, a Reforma já é
bem pouco lembrada. O mundanismo adentrou as portas da igreja. O oba-oba tem substituído à pura pregação
do evangelho. Uma verdadeira festa à fantasia, na qual a hipocrisia é a atriz
principal. Um mundo de mortos-vivos cambaleantes e ávidos por se alimentarem
mais e mais de seus próprios ideais de riquezas é o que tem enchido os bancos
das catedrais e dos pequenos templos. Dentre estes mortos e sugadores de sangue
famintos e loucos para saciarem seus desejos encontram os hipócritas citados
acima, os quais alegam que tudo é pecado exceto o que eles determinam não ser
e, também os hipócritas que relativizam tudo, pois sentem saudade do mundanismo
que viveram outrora.
Doçura ou travessuras? O que a igreja pode fazer? Precisamos urgentemente
promover uma caça às bruxas. Às bruxas do dogmatismo humanista e ao
relativismo. Bruxas que habitam em nosso interior, que nos centraliza como
“santos canonizados”, que nos fantasiam dos mais diversificados monstros, porém,
afirmamos ser apenas brincadeira. Sim, muita brincadeira, isso é que tem
causado tantos problemas na igreja. Brincamos de ser crentes e até mesmo de ser
Deus. Saímos pelas ruas oferecendo milagres horripilantes que mais se parecem
com bruxaria. Prometemos doces aos visitantes, doces da prosperidade, da
relatividade, de vitória em qualquer circunstância. Doces com um finalzinho
amargo. Que se derretem rapidamente enjoando e enojando quem deles participa.
A doçura do Evangelho, porém, é esquecida. Pois, pode não ser doce de
imediato. A princípio pode ser amargo. Todavia, o doce da vida cristã, não pode
ser saboreado neste mundo, tão somente na vida eterna. Este será dado das mãos
do próprio Cristo. A plenitude de uma vida que se rendeu a Ele, esta o
saboreará.
Mas, o que a igreja escolherá? Doçura ou travessuras? Os ideais bíblicos
que Lutero tentou recuperar com a Reforma, ou a dogmatização e relativismo?
Que dia é hoje para você? Dia da Reforma (reforma diária)? Ou Halloween?
O Senhor tenha misericórdia de nós!